segunda-feira, 27 de julho de 2009

Perdão

me perdoe por toda a falta
as vezes em excesso.
me perdoe o amor sem forma
as vezes pontiagudo.
me perdoe o grito preso
que teria abafado um falso desprezo.
me perdoe todo apoio
que não consegui te dar.
me perdoe por toda a paixão
que deixei pra amanhã.
me perdoe o sorriso morto
e a lágrima que secou.

GUSTAVO.

Dedicado à Mel.
ps: eu te amo.

domingo, 19 de julho de 2009

Uma impressão



Impressão: nascer do sol, por Claude Monet.


Para o impressionismo, captar as coisas exatamente como elas são não importa. O que importa é captar o sentimento que ela desperta, a impressão que aquilo lhe dá. Na época, academicamente errado e tecnicamente imperfeito. Quem sabe um busca da essência dos momentos?

segunda-feira, 13 de julho de 2009



É incrível como algumas frases dizem tudo.

"Vou te contar,
os olhos já não podem ver
coisas que só um coração pode entender.
Fundamental é mesmo o calor,
é impossível ser feliz sozinho.
O resto é mar..."
Wave, de Tom Jobim.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dois poemas

Poesia é uma sensibilidade do mundo, um olhar sobre a vida, às vezes inusitado. Do talentoso amigo Guto Leite, dois poemas publicados no livro Poemas Lançados Fora.

A rigor

A fortuna é a cartola do diabo
Que deus, quando vai à festa,
Gosta de tomar
Emprestado.


Só porque era conselho

Aquela luz ao pé da cama,
vestida de um silêncio escuro,
dizia que não se ama
mais assim, de um jeito largo.
"Muda, muda, minha filha,
larga essa vida insana!"
Mas, grande não se entorta mais
pra lado que a raiz não manda.
Foram passando meses,
passando, passando anos,
até que num fim de noite,
de frente para o desdém,
a luz foi ficando grande,
grande, grande, Grande,
e era um trem.

domingo, 5 de julho de 2009

INSIGHT

quando
estamos mexidos,
algo em nós
foi mexido:
é preciso tempo
e paciência
para que as coisas
se reacomodem
em seu
lugar.

GUSTAVO.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Automat


Edward Hopper, Automat.



"A solidão é o tema dominante. As figuras de Hopper parecem estar longe de casa. Estão sentadas ou em pé, sozinhas, olhando para uma carta na beira de uma cama de hotel ou bebendo num bar; com o olhar perdido na janela de um trem em movimento ou lendo um livro num saguão de hotel. Suas expressões são vulneráveis e introspectivas. Talvez tenham acabado de deixar alguém ou talvez tenham sido abandonadas. Estão à procura de trabalho, sexo ou companhia, à deriva em locais transitórios."


Alain de Botton, em A arte de viajar.