segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sivuca

Trago uma música de um dos maiores sanfoneiros do Brasil e do mundo, Sivuca. O clássico Feira de Mangaio, tocada com o grupo Clã-Brasil.
É pra bater os pés no chão!


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Déa Trancoso

Ontem o projeto Unimúsica da UFRGS trouxe para Porto Alegre Déa Trancoso, cantora do Vale do Jequitinhonha (MG). O show foi o primeiro da cantora na capital, foi seu primeiro show com a formação de ontem (ela com sete percussionistas mulheres) e a primeira vez que ela presenteou o público com uma canção de composição própria.
Apesar da força inerente às músicas dos "seus mestres" (como ela diz), músicas do Brasil, cor de terra, cheiro de mato, som de tambor - apesar de tudo isso - uma delicadeza pairava no ar, comandada pela voz de Déa. Quase me senti nos festivais imortais das décadas que não vivi, aplaudindo e pedindo mais sem medo de ganhar mais.
Tão bom ver alguém tão bom fazendo música sem se contrair em grandes expectativas sobre si e sobre sua performance. A apresentação foi algo natural, como uma chuva de verão, que agracia os transeuntes. O povo pediu tanto bis que ela se deu conta, "acho que tenho que gravar um disco com essas mulheres".
Passam as notas, passam as palavras, os tons, os timbres, e levam consigo mal-humores, dores de espírito e até do corpo, lavam e descarregam aqueles que estão dispostos.
Para quem quiser conhecer, http://www.myspace.com/deatrancoso, apesar de seu único disco ser de 1994 (se não me engano) e sua musicalidade estar mais aflorada hoje.

terça-feira, 4 de maio de 2010

DOWN society

Elis falou. Cantou suas músicas dando o recado. Era como se recitasse, olhando no olho da alma, e dando o recado. Maravilhosa cantora, sua goela é terapêutica. Gosto muito dela cantando Alô alô marciano, tirando sarro de si mesma, da fina hipocrisia da burguesia, de toda imbecilidade da alienação.
Vivemos num mundo preconceituoso, com infinitos muros de apartheid e castas (oficiais ou mascaradas), onde se vende a vida por dinheiro, estatus ou poder. Particularmente no Brasil, a violência urbana é cada vez mais banal, e como disse uma mãe recentemente, "meu filho não foi mais um (assassinado). Foi meu filho". Morte por carro, por dinheiro, por droga, futebol... uma lista sem fim.
Diante do absurdo da desvalorização humana, às vezes o humor escrachado, sarcástico, funciona como um antiácido para o desconforto existencial.


"ai, que transcendental que é o jazz , não?"