sexta-feira, 25 de junho de 2010

Arte pelos poros

Entrar em contato com talento não dá!
A gente fica com vontade de cultivar nossos talentos também. Estou aqui sentado dialogando com meu prato de macarrão, digerindo o lançamento do livro Zero Um e a estréia do meu trabalho com Mel ontem no Pé Palito.
Ambos referência de arte para mim, fazem parte desse momento de me apoderar do que podem ser potenciais de expressão e descobrir pra mim mesmo quem eu sou.

Parte do projeto Cabaré do Verbo, nossa estréia como parte do núcleo de montagem da Cia Circular (que também apresentou um número de clown) foi muito bacana!
Para a apresentação, aproveitei na percussão coisas que aprendi com a bateria há algum tempo, e incorporei outros elementos para criar a percussão/sonoplastia da performance. Ao mesmo tempo, Mel declamou/interpretou com loucura o louvor de Rimbaud (ou seria o oposto?), brindando à vida, em um momento especial.
Fico com a felicidade nostálgica do momento tão vivo, e a gratidão de dividir o palco com tamanha generosidade artística.

Escrevo sobre o lançamento do livro no próximo post, junto de um tira-gosto do trabalho.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lançamento do livro Zero Um

Sexta-feira na Palavraria, Livraria e Café, será lançado o livro do meu amigo, grande poeta e escritor, Guto Leite. Quem puder ir vai conferir um bate-papo muito legal, com certeza.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Bispo é como um pastor. Aquele mesmo, das ovelhas. Seu dever é conduzir o rebanho de fiéis a ele confiados.
Em 1554 o bispo Pero Sardinha foi comido pelos índios ao naufragar no litoral brasileiro. A consagrada metáfora católica de "comer o corpo do repersentante de Deus na terra" foi concretizada com êxito. Comer uma pessoa significava, para os índios, admiração, e a devoração uma tentativa de incorporar as qualidades do outro para si.
Veja bem, por outro lado, ser comido às vezes não é tão virtuoso assim. Um rebanho que não deseja ser, estar ou permanecer colônia, pode acabar por comer seu bispo, quer dizer, pastor. Oswald de Andrade tem mais a nos dizer sobre isso no Manifesto Antropofágico:

"O dia em que os aimorés comeram o bispo Sardinha deve constituir, para nós, a grande data. Data americana, está claro. Nós somos americanos; filhos do continente América; carne e inteligência a serviço da alma da gleba. O fim que reservamos a Pero Vaz de Sardinha tem uma dupla interpretação: era, a um tempo, a admiração nossa por ele (representante de um povo que se esforçara por derrubar aquele presente utópico, que foi dado ao homem ao nascer, e que se chama Felicidade) e a nossa vingança. Porque, que eles viessem aqui nos visitar, está bem, vá lá; mas que eles, hóspedes, nos quisessem impingir seus deuses, seus hábitos, sua língua... isso não! Devoramo-lo. Não tínhamos, de resto, nada mais a fazer."

domingo, 6 de junho de 2010

Deus e o mundo

Deus só fez o mundo porque sua mulher deixou. Numa tarde de domingo, como hoje, já sem sol e um tanto fria, Deus falou com sua mulher, uma Deusa.
- Querida, acho que vou fazer o mundo hoje. Prometo que não demoro.
- Quanto tempo você acha que vai levar?
- Uns 8 dias...
- Ai, não dá pra ser menos? Eu vou ficar sozinha 8 dias?!
- Tá bom, posso fazer em 7.
E deu no que deu.

terça-feira, 1 de junho de 2010

dúvida
rainha do mar
governa sonhos e solidões
prende-me a desejos e trovões
.
flerto contigo
insensatez
cada impulso maldito
de lamber tua tez
.
GUSTAVO