Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
de Florbela Espanca, em Trocando olhares (vol. 1 da L&PM Pocket)
Um comentário:
Ah, Florbela...se a poesia tem voz (e tem...), a dela é ardentemente leve...
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